Medicina Reprodutiva é a área da ciência que lida com a investigação, o diagnóstico, o tratamento da infertilidade, o restabelecimento e a preservação da fertilidade. A Pronatus traz a você um breve relato da fascinante história da reprodução humana, que tem oportunizado para muitos casais a realização do sonho de ter um filho.
Um pouco da história Na década de 1970, ocorreram as mais revolucionárias descobertas, capazes de garantir a reprodução humana.
O primeiro marco na Medicina Reprodutiva Foi quando, no final de 1977, dois médicos britânicos, Patrick Steptoe e Robert Edwards, especialistas em fertilidade, que vinham se dedicando com afinco à pesquisa há mais de quinze anos, decidiram tentar algo pioneiro: uma fertilização in vitro. A técnica era utilizada experimentalmente em ovinos e bovinos e, na época, passou a ser amplamente estudada por cientistas americanos e ingleses. Os médicos britânicos colheram um ovócito nos ovários de Lesley e fertilizaram-no, fora de seu corpo, em laboratório, com o esperma de John. A fertilização se deu em uma proveta, e, após concebido, o embrião foi implantado no útero de Lesley. A gestação transcorreu normalmente, e os médicos tentaram manter secreta a gravidez de Lesley, em vão. O próprio Dr. Patrick Steptoe, temendo que o estresse provocado pela perseguição dos jornalistas colocasse a gravidez em risco, levou-a escondida em seu carro e a abrigou na casa da mãe dele. Foi então que, pouco antes da meia-noite de 25 de julho de 1978, no hospital de Oldham, em Bristol, nascia, por cesariana, o primeiro bebê de proveta do mundo, resultado do processo de fertilização in vitro (FIV), Louise Joy Brown. “Joy” significa “alegria” em inglês. Os primeiros instantes de vida de Louise foram filmados, e o vídeo tornou-se famoso no mundo inteiro. Louise, hoje, leva uma vida normal, já trabalhou como funcionária dos Correios de Bristol e como enfermeira em uma escola. É casada e mãe do menino Cameron, concebido naturalmente. Alguns anos depois do nascimento de Louise, os seus pais tiveram outra menina, Natalie, também nascida por fertilização in vitro (FIV). A fertilização in vitro significou, sem dúvida, uma revolução na Medicina Reprodutiva e é considerada como um dos mais notáveis avanços médicos do século XX. |
Em 1983, nascia Ana Paula, o primeiro bebê de proveta no Brasil, sendo o primeiro por óvulos doados. O primeiro ser humano a se desenvolver a partir de um embrião criopreservado, nasceu na Austrália, em 1984 e é conhecido como Baby Zoe. Em 1985 ocorreu o primeiro nascimento por meio do útero de substituição. Em 1987, nascia o primeiro bebê após a utilização de óvulo congelado. Houve uma evolução no tratamento da FIV. Há trinta anos, o primeiro passo do tratamento por FIV consistia no estímulo à produção de óvulos e espermatozoides por meio de substâncias sintéticas que ainda eram muito impuras. Hoje, os hormônios são mais avançados e mais puros. Antes, não havia uma maneira precisa de acompanhar o amadurecimento do óvulo no organismo feminino, hoje, utiliza-se o ultrassom vaginal. Antes, a coleta dos óvulos era realizada por meio de laparoscopia, com a necessidade de anestesia geral e internação hospitalar. Hoje, o procedimento se dá via transvaginal, por meio de uma guia acoplada ao ultrassom, necessitando apenas da sedação da paciente. Os óvulos são aspirados, analisados em laboratório e unidos aos espermatozoides - fertilização - para serem implantados no útero três dias após a coleta. Antes, não havia o controle para evitar gravidez múltipla, pois eram transferidos inúmeros embriões. A evolução das técnicas viabiliza a implantação de um número cada vez menor de óvulos fertilizados.
O segundo marco na Medina Reprodutiva Em 1991, Gianpiero Palermo, do Centro de Medicina Reprodutiva, da Vrije Universiteit Brussel, sob a direção de Paul Van Devroey e Andre Steirteghem, realizou o procedimento introduzindo o espermatozoide no citoplasma do óvulo maduro, por meio de uma microscópica injeção com microagulha de espessura interna de 6 microns, sete vezes menor que um fio de cabelo. Houve a fertilização e o embrião foi transferido para o útero da mãe, nascendo, então, o primeiro bebê produzido pela ICSI.
Avanços E a evolução continua com técnicas como: criopreservação de embriões, maturação de gametas in vitro, cultura de embriões até blastocistos, injeção de espermátides, troca de citoplasma, óvulo-doação, biópsia e aspirado testicular e de epidídimo, diagnóstico pré-implantacional, maturação de gametas, dentre outras. |